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‘A gente vai mostrar quem a gente é em trabalho’

Eleita para seu segundo mandato pelo partido Podemos, com 366 votos, Pastora Roselene Maria de Souza dos Santos, ou simplesmente Pastora Roselene, concedeu entrevista à TRIBUNA nesta sua primeira semana de trabalho.


Ela venceu a disputa interna do grupo aliado ao prefeito Célio Peixoto, conseguindo apoio de vereadores e presidentes dos partidos, para seguir e vencer as disputas pela presidência da Câmara. Em seu gabinete ela destacou a presença das três mulheres. A vereadora e presidente da Câmara, sua assessora Flávia Martins e a assessora da presidência Thaís Moraes.


Pastora Roselene disputou em 2024 sua quinta eleição, ficando na suplência por três vezes. No entanto, em duas ocasiões ela assumiu a cadeira do vereador titular.


Aos 58 anos, dos quais está casada há quase 41 anos com Mauro dos Santos, e com quem Pastora Roselene teve cinco filhos e cinco netos, além de um genro e quatro noras. Inspirada em sua própria família ela gosta de citar seu lema que é “Família é a base da sociedade e é a minha bandeira espiritual e social”.


Na entrevista, ela lembrou de sua trajetória política, falou um pouco dos trabalhos sociais e explicou como deve conduzir os trabalhos à frente do Legislativo. Confira:


TRIBUNA Como surgiu seu interesse pela política?

ROSELENE Em 2008 surgiu o desejo da política porque eu já exercia um grande trabalho com vidas, com pessoas. A minha bandeira é família e trabalhos sociais.


Trabalho com entidades voluntárias, trabalho com projetos de igreja, como voluntária, e em 2008 eu senti a necessidade de estar numa política partidária, dando a voz para quem não podia participar ou indo para quem não ia. Até então sempre eu estava envolvida na política, mas não encontrava os retornos necessários. Aí então, recebi um convite e fui, porém fiquei suplente, mas não parei aí.


TRIBUNA Na eleição seguinte você foi eleita e por um período ficou como presidente da Câmara. Como foi essa experiência?

ROSELENE Em 2012, volta a Roselene, candidata Roselene, para a rua novamente em busca de uma cadeira. E eu consegui essa cadeira. Fizemos o mandato com o prefeito Levi [Rodrigues], embora eu não saí como candidata ao lado dele, porém na época formamos três vereadores pelo PSDB e eu fui à luta.


Assim que venci, minha luta dobrou. A necessidade de estar com o povo, de trabalhar, de agir, ela foi crescendo cada vez mais. Em 2014, no término do primeiro biênio, eu tive a oportunidade de presidir a Casa por sete meses, sendo então a primeira mulher afrodescendente, a terceira mulher a presidir a mesa diretora e a segunda pastora, porque já tinha passado aqui a pastora Dulce e também o saudoso pastor Gaspar, mas mulher eu fui a segunda pastora.


Foram sete meses de aprendizado, embora hoje as leis totalmente mudaram, andamento da Casa é outro, mas naquela época eu já fui sentindo o gosto da presidência, mas nunca passou em minha mente em fazer essa continuidade.


Eu cumpri os sete meses, aquela oportunidade que me veio e o segundo biênio foi o nosso grupo também e completamos um time maravilhoso e muito abençoado.


TRIBUNA Em 2016 e 2020 novamente você ficou suplente, mas teve oportunidade de assumir a cadeira. Como foi?

ROSELENE Em 2016, saí eu novamente e fiquei suplente. Era a segunda vez na suplência. Só que em 2018 tive a honra de cumprir a suplência por quatro meses na cadeira do companheiro Teko [Gutierre] e foi mais uma oportunidade na minha vida.


Em 2020, novamente fico eu suplente e ali então já veio com uma votação maior, com 434 votos e eu estava nesse momento já no grupo do ex-prefeito Doutor Cássio [Prado]. Após dez meses eu fui chamada para estar compondo o quadro legislativo na cadeira do vereador Saulo do Barganhas. Nessa cadeira eu fiquei dois anos e quatro meses, do dia 6 de dezembro de 2021 ao dia 2 de abril de 2024.


TRIBUNA Após sua saída da Câmara, em pleno ano de eleição, ocorreu um luto pelo falecimento de sua mãe. Como foi que reunião forças pra continuar na política?

ROSELENE Nesse período, também houve o falecimento de minha mãe e eu entendi o tempo de Deus para com a minha vida aqui e foi um tempo também de cuidar da minha alma, do meu espírito, da minha família e juntos conciliarmos o luto de minha mãe e nos confortarmos e aí decidi retornar à rua com mais forças.


Cada ano que passou na minha vida pública eu ganhei mais força e experiência. Não desanimei e falei eu vou sair candidata de novo.


TRIBUNA E seu trabalho social como é?

ROSELENE Tenho um trabalho relevante nos bairros, com famílias, escolas, creches e entidades. Faço um trabalho social muito relevante. Quem sabe a minha trajetória, desde 2010 eu tenho uma máquina de algodão doce e participo das atividades nos bairros, como voluntária.


Eu amo festa, quero esclarecer que eu amo festa porque em todas as minhas festas, primeiro Deus se faz presente, famílias e crianças. Família que é a minha alegria, família que é a prioridade de Deus, a minha bandeira, sempre gosto de repetir, é família. Eu amo trabalhar com família, abraçar aquelas pessoas que ali se encontra talvez até mesmo enfermas, a qual também eu agrego o meu trabalho espiritual. Eu creio que um abraço salva, um abraço cura.


Eu gosto muito de ouvir famílias e construir aquilo que Deus, através da vocação do céu, eu estudei, aprendi e teologicamente eu uso essa prática para com as vidas.


TRIBUNA Você esteve em alguns partidos e concorreu, em 2024, pelo Podemos. Um partido de menor expressão. Não trouxe alguma preocupação da sua eleição?

ROSELENE Tenho essa vontade de estar aqui representando os que não vêm, os que não vão, os que não falam, ser uma porta-voz deles, eu ganhei força suficiente espiritualmente para estar concorrendo em 2024, agora pelo Podemos. Passei por vários partidos e cada um, eu tive uma lição, eu tirei lição de cada partido.


Não fiquei preocupada, eu fui bem ciente onde eu estava, então enxergava possibilidades. A urna é um mistério, a abertura da urna, ela traz surpresas para qualquer que seja os partidos e ela nos traz surpresas. E eu fui porque a resposta esperada é pela urna, de um trabalho é a urna.


TRIBUNA Como foi sua reação quando viu que estava eleita?

ROSELENE Olha, é incrível, primeiro, a maior reação foi a do meu prefeito, o Célio Peixoto e o vice, o Lucas [Rodrigues]. Na hora da apuração dos votos para vereador, eu procurei me manter calma. A essa altura eu já estava na minha casa, em família, e nas últimas porcentagem dos votos, da contação de votos, quando apareceu o meu nome, não caiu a ficha, era muito ‘Glória a Deus e Aleluia’, não caiu a ficha.


A família comemorando e eu fiquei meio que parada, somente eu glorificava a Deus e comecei então a agradecer primeiro a Deus, a minha família, que sempre foi a base, o suporte em todos os momentos, até mesmo nos anos de suplência, eles foram os meus suportes.


Concorri cinco vezes e três vezes eu fui suplente, só que em duas suplências eu vim trabalhando, aí eu fiquei meio assim, em saber que agora eu tinha uma cadeira, era a minha, a cadeira da pastora pelo Podemos, mas isso não me faz crescer mais do que ninguém. Eu uso uma frase que eu carrego muito comigo, de trabalhar em amor, respeito e humildade, é um tripé que eu carrego comigo há 40 anos de trabalho com família, quer seja dentro ou fora da igreja, quer seja na cadeira ou fora da dela.


TRIBUNA E a presidência da Câmara. Outros nomes também queriam. Como foi esse processo de escolha pelo grupo?

ROSELENE A maior surpresa foi o convite para compor a mesa diretora novamente. Confesso que fiquei muito surpresa, mas num consenso do nosso grupo montamos a chapa Aliança, compondo a pastora Roselene como presidente, vice Marcelo Tuani, o primeiro secretário Paulo Bendetti e o segundo o Nino Laturrague.


Fiquei surpresa pela escolha, mas aceitei. Aceitei porque mais uma vez eu tinha um aval do céu e de pessoas que confiam no trabalho da pastora Roselene. Não era só a minha voz, mas foram muitas vozes que confiaram na minha pessoa.


TRIBUNA Essa é apenas a segunda vez que a Câmara elege uma presidente, não é? ROSELENE Sim, sim. A primeira vez foi a saudosa Simone, que nos deixou aqui nesta Câmara e a Tereza assumiu, aí então o biênio a que eu participava, era vice, foi feita a troca. O presidente desceu na prefeitura e eu assumi. Agora hoje, em votação, é a segunda mulher votada para compor essa presidência.


TRIBUNA E em seu gabinete serão três mulheres. Você e duas assessoras.

ROSELENE Uma semana de trabalho e já estamos nos inteirando das necessidades da Casa. Em meu gabinete são três mulheres. Tenho a minha assessora da vereança, a Flávia Martins, e tenho também a alegria e a satisfação de estar com a doutora Thais Moraes me assessorando na mesa presidencial. É um marco, três mulheres assumindo o local onde estava há dias, há meses atrás, três homens.


É inédito, três mulheres. Não somos mais que ninguém, queremos a harmonia dessa Casa, queremos o trabalho em paz, em sabedoria, temos muito serviço, né? Nesta legislatura de 2025 a 2026, neste primeiro biênio, procurarei deixar uma marca de trabalho com resultados de trabalho, sendo eu a presidente e vereadora pastora Roselene.


TRIBUNA E o que o seu eleitor e a população de modo geral podem esperar desse seu mandato?

ROSELENE São dois trabalhos, um como vereadora, legislando, indicando, fiscalizando, criando leis que insiram no calendário municipal, correndo atrás de verbas, empregando as minhas Emendas Impositivas e mostrando também um pouco mais do trabalho social que há muitos anos exerço.


Me alegro em mostrar isso também que exerço um trabalho espiritual, sendo pastora auxiliar na igreja casa de oração, onde o meu presidente é o pastor Márcio Santos e pastora Amábile Morelli, onde eu me sinto lisonjeada pelas oportunidades que a gente tem. A vida é feita de oportunidades e hoje eu tenho a honra de falar do meu trabalho como vereadora e agora, como presidente da Câmara.


A gente vai mostrar quem a gente é em trabalho. Essa é a meta que eu coloquei aqui, mostraremos quem somos em trabalho, porque falar é fácil, mas agir é outra coisa, atitudes para mim funcionam mais que palavras e eu quero mostrar trabalho para os meus eleitores. Recebo nessa Câmara muitas pessoas que vem me parabenizar pessoalmente e quero retribuir a eles mostrando trabalho.


TRIBUNA Você pretende fazer muitas mudanças ainda aqui na Câmara?

ROSELENE As mudanças já foram tomadas, as cabíveis e as demais ao longo dos dias, meses e anos elas vão ser mostradas. Ainda estamos em planejamento. Tenho, sim, muitas ideias, principalmente hoje olhando pela acessibilidade. A gente tem sonhos, projetos e logo estaremos dando um start no que a gente pretende e quer, talvez se não seja nesse mandato, para o futuro.


TRIBUNA Como será o relacionamento Câmara e Prefeitura?

ROSELENE Será em conjunto. É um trabalho em conjunto. Sozinhos nós não vamos chegar a lugar nenhum. São três poderes e eu respeito muito cada um. Juntos somos mais sortes. O que vir de lá que for bom, é bom para a população e assim vamos trabalhar juntos e, também, juntos com os vereadores e todos os funcionários dessa casa.


TRIBUNA A Câmara está dividida entre seis vereadores da base aliada ao Prefeito Célio Peixoto e cinco vereadores eleitos pela oposição. Com você conduzirá essa divisão?

ROSELENE Eu já sinto isso, sinto em meu coração, sinto nos meus trabalhos, mas eu acredito que todos nós vamos saber lidar com isso. Não depende só de mim, depende de todos, cada um sabe o seu papel aqui, porque nós estamos para o bem da cidade, para o de melhor da cidade, então eu não vou conseguir dizer isso agora, porque a gente está se preparando, é tudo novo, mas com certeza eu visualizo que não venha a ser algo prejudicial para um ou para outro, mas sim eu prezo muito em harmonia, em respeito, amor e humildade. Esse é o nosso papel, servir e não destruir ninguém, esse é o pensamento da pastora.


Eu carrego comigo uma frase: Fé para permanecer em pé. Fé todo mundo tem, então vamos permanecer em pé, através da fé exercida, cada um do seu jeito, à sua maneira, no seu costume religioso.

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